Balança comercial tem superávit recorde de US$ 6,6 bilhões em agosto

Balança comercial tem superávit recorde de US$ 6,6 bilhões em agosto

O Brasil obteve saldo comercial de US$ 6,6 bilhões no mês de agosto, um aumento de 68,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. Foi o melhor superávit para o mês de agosto de toda a série histórica, iniciada em 1989, superando o recorde anterior, de US$ 5,6 bilhões, em agosto de 2017. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (01/09) pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia ((Secex/ME).

Exportações – No mês passado, as exportações chegaram a US$ 17,7 bilhões, com recuo de 5,5% em relação a agosto de 2019, quando atingiram US$ 19,7 bilhões. Assim como em julho de 2020, o recuo ocorreu devido à queda dos preços dos bens exportados, que em agosto foi de 11,4%. Já o Índice de Quantum teve aumento de 3,4%.

Importações – As importações ficaram em US$ 11,1 bilhões, com redução de 25,1% em relação aos US$ 15,6 bilhões de agosto de 2019. “Embora a queda de importação seja significativa, podemos observar uma taxa de redução menor. No mês anterior, as importações haviam caído 35%”, comentou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior da Secex, Herlon Brandão, durante coletiva à imprensa.

Média diária – Na comparação com julho, a média diária das importações teve leve aumento em agosto, de US$ 500 milhões para US$ 530 milhões.

Corrente de comércio – Esses resultados de exportações e importações levaram a uma contração de 14,2% da corrente de comércio no mês, com total de US$ 28,9 bilhões contra US$ 35,2 bilhões em agosto do ano passado.

Redução – A redução das exportações no mês foi influenciada principalmente pelo recuo das vendas para América do Sul (-24,4%), América do Norte (-21,2%) e Europa (-11,1%). A Ásia, por sua vez, continua sendo o destaque positivo, com crescimento de 8,7%. Já na origem das importações, houve quedas das compras de América do Norte (-45%), América do Sul (-24%), Europa (-22,7%) e Ásia (-15,9%).

Setores – Os produtos agropecuários continuam como destaque positivo nas exportações, apresentando aumento de 14,6%. “Isso explica também o aumento para a Ásia, que é o principal destino desses bens”, destacou Brandão.

Indústria extrativa – Na indústria extrativa, houve queda de 15,4% nas vendas externas e, na indústria de transformação, de 7,7%. “Tudo isso motivado pela redução das cotações internacionais dos produtos”, explicou. As quantidades exportadas em agosto de 2020, contra agosto de 2019, crescem em todas as categorias. O maior aumento foi no setor agropecuário (+12,9%).

Transformação – Na importação, a queda foi puxada principalmente pela indústria de transformação (-23,8%), que responde por 94% das compras do país no exterior. O recuo, nesse caso, foi motivado por quedas tanto de preços quanto de quantidades. “A demanda brasileira por bens importados está em queda, por conta da baixa atividade econômica”, disse o subsecretário.

Estabilidade – Na média diária, o Brasil registrou um comportamento estável das exportações. Ao contrário do que vem acontecendo com o comércio mundial, que diminuiu 11% ao longo do primeiro semestre do ano, o volume das exportações brasileiras cresceu nos primeiros oito meses do ano. Mesmo em valor, há um comportamento estável. “Um pouco abaixo de 2019, mas sem grandes oscilações”, ponderou.

Tendência – Nas importações, porém, a tendência foi de queda no primeiro semestre, até junho, com estabilidade em julho e agosto, pela média diária. Segundo Brandão, isso está em linha com a queda da demanda brasileira e mundial.

Acumulado do ano – No acumulado do ano, o superávit comercial atingiu US$ 36,6 bilhões, alta de 14,4% em relação aos US$ 32,2 bilhões do saldo até agosto de 2019. Nos oito meses, houve aumento do volume exportado (+3,8%) e queda dos preços (-8,6%). Na média diária, o valor exportado recuou 6,6% no ano. Na importação, a queda foi de 12,3% de janeiro a agosto, com recuos tanto no volume (-9,5%) quanto nos preços (-7,1%).

Comparativo – As exportações atingiram US$ 138,6 bilhões, contra US$ 149,3 bilhões do mesmo período de 2019. As importações ficaram em US$ 102 bilhões, diminuindo em relação aos US$ 117,1 bilhões até agosto do ano passado. Com isso, a corrente de comércio ficou em US$ 240,7 bilhões, 9,1% abaixo dos US$ 266,4 bilhões de janeiro a agosto de 2019.

Recorde na soja– No ano, o setor agropecuário também é destaque, com alta de 18,9% nas exportações, mas as indústrias de transformação (-14,2%) e extrativa (-8,6%) puxam o resultado para baixo, levando a um recuo médio de 6,6%. “Temos um recorde 76 milhões de toneladas de soja exportadas durante os primeiros oito meses do ano. Isso soma US$ 26 bilhões de exportação de soja nesse período”, pontuou Brandão.

Queda – Já nas importações, no acumulado até agosto, os três setores registraram queda – de US$ 0,93 milhões (-5,5%) em agropecuária; de US$ 17,75 milhões (-38,6%) em indústria extrativa; e de US$ 66,56 milhões (-10,5%) em produtos da indústria de transformação.

Previsão – A Secex deve divulgar a nova previsão da balança comercial do ano ao final deste trimestre, junto com os dados da balança de setembro.

Influências – Segundo Brandão, as previsões divulgadas no final do primeiro semestre foram influenciadas pelo cenário de pandemia e pela expectativa de queda no comércio mundial. A estimativa era de saldo comercial de US$ 55,4 bilhões em 2020, um aumento de 15,2% em relação a 2019.

Menor que a projetada – No entanto, a queda nos oito meses foi menor do que a projetada. “Temos notado um comportamento da exportação muito robusto, com esses volumes crescendo e batendo recordes. Nos preços, apesar da queda, há uma sustentabilidade no patamar. Faltam quatro meses para fechar o ano e esses quatro meses vão pesar menos no total de 2020. Então, é possível que as quedas, tanto de importação quanto de exportação sejam menores do que estamos projetando”, antecipou. (Ministério da Economia)

FOTO: Pixabay
Fonte: OCEPAR

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